Espaços em movimento

Espaces en mouvement

Concepção: Geisha Fontaine et Pierre Cottreau

Dançarinos: Geisha Fontaine, Julie Galopin et Alexandre Théry

Produção: Mille Plateaux Associés, le 6b Saint-Denis et Lieux infinis

Fotos: Charity Thomas

Espaces en mouvement é um espaço de encontro entre lugar, arquitetura e dança. Ele foi criado em 2018 no Pavillon français na Biennale internationale d’architeture de Venise, em eco ao título da Bienal: FreeSpace e ao da exposição do Pavillon français: Lieux infinis.

Espaces en mouvement é uma performance coreográfica que conjuga o espaço real aos espaços criativos, poéticos, dançantes, políticos. Qual distância me separa do outro, do grupo? Qual projeto formamos juntos? Essa performance propõe navegar entre os espaços individuais e um corpo coletivo que se desdobra, cria linhas, massas e volumes.

Em primeiro lugar, os intérpretes ativam palavras e danças para dançar in situ do espaço e de suas potências. Se sequencia uma alegre ocupação do espaço da performance. Discretamente, os dançarinos convidam então alguns espectadores para acompanhá-los. Livres para se aventurarem. Ou não! De toda forma, todos são convidados à brincar com volumes, perspectivas, pontos de fuga – seja pela implicação de seus corpos ou apenas de seus olhares.

Espaces en mouvement ativa uma geometria modificável ocupando pouco a pouco o menor e o maior espaço possível, ativando um gesto fugaz e um movimento prolongado. Fazendo do lugar um cúmplice e uma zona à experimentar, simultaneamente. Cria-se assim o desdobramento de um organismo composto de invididualidades, onde o espaço “respira”. Um corpo solidário se desenvolve lentamente, acelerado, joga com suas múltiplas forças. Linhas se desenham, se cruzam, tecem um novo espaço compartilhado.

Espaces en mouvement vai do espaço do dançarino ao dos espectadores. Ele se torna então um lugar infinito, onde viver, um tempo, um espaço livre.

“L’espace de notre vie n’est ni continu, ni infini, ni homogène, ni isotrope. Mais sait-on précisément où il se brise, où il se courbe, où il se déconnecte et où il se rassemble ?”  Georges Pérec – Espèces d’espaces